Os excluídos

A mais desastrosa forma de injustiça na família consiste na exclusão de um membro pelos demais. É possível excluir alguém das mais diversas maneiras, porém a mais comum é o mero esquecimento, pois traduz uma forma de desprezo.

Pode ser alguém a quem não se tenha dado a importância devida, como nas famílias matriarcais nas quais o pai, suplantado pela esposa, não foi respeitado em vida e é esquecido depois de morto. Ou pode ser a mãe que morreu nova e foi substituída por outra mulher e esquecida por todos.

Pode ser aquela pessoa que fez tudo pelos familiares e não foi homenageada por isto ou a criança que morreu ao nascer e da qual ninguém lembra, ou ainda a criança abortada voluntariamente e varrida para o fundo do inconsciente dos pais.

São particularmente importantes os casos de exclusão em que alguém se sacrificou voluntária ou involuntariamente pela família como, por exemplo, as mulheres que morrem no parto e depois são esquecidas. Geram na família uma culpa tão devastadora que as pessoas não conseguem lidar com o fato, esquecem a morta e não lhe prestam qualquer homenagem.

A injustiça cometida contra um membro da família requer uma reparação que lhe faça justiça para reorganizar o sistema. Os injustiçados se fazem lembrar através da repetição de destinos trágicos, eventos de vida, dinâmicas pessoais, nomes e datas na família, como nascimentos, casamentos, mortes e acidentes.

A Constelação ajuda a trazer luz e lugar aos excluídos do sistema. Quem está em sintonia com um excluído também não encontra seu lugar no sistema. Como o sistema é maior e busca pela reparação, avisa constantemente seus membros de que algo precisa ser feito.

Aquele que entende o chamado promove a mudança.

Fonte: Compilado de vários livros de Bert Hellinger